Mães que integram a AMA/AF – Associação de Amigos do Autista de Alta Floresta se reuniram ontem, quarta-feira (23), para expor um problema enfrentado por cerca de 160 crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista, desde o mês de março, a prefeitura de Alta Floresta suspendeu o atendimento realizado por uma fonoaudióloga que atendia as crianças.
A associação que representa a causa no município de Alta Floresta busca exatamente nesse momento, o direito básico de várias crianças do município, o acompanhamento a uma fonoaudióloga. A profissional realizava o atendimento quinzenalmente, pois se deslocava de Nova Bandeirantes para atender em Alta Floresta.
A presidente da Associação de Amigos dos Autistas de Alta Floresta, Cassiane do Nascimento, falou a imprensa sobre a situação enfrentada.
“Nós estávamos tendo o acompanhamento de uma fonoaudióloga que vinha de Nova Bandeirantes para fazer os atendimentos aqui nos finais de semana, tivemos esses atendimentos cancelados. Sem alguma justificativa plausível que tenha falado para a gente. Esses atendimentos foram suspensos desde o finalzinho de março, as famílias não estão tendo mais esses atendimentos e a gente veio cobrar do município, cobrar da prefeitura que volte esses atendimentos, porque a comunidade autista já nem tem muita coisa, a gente nem tem muitos tratamentos e acompanhamentos aqui. E aí o pouco que a gente tinha, que era essa questão da fono, que vinha e esses atendimentos ainda também eram escassos, eram de 15 em 15 dias, 30 minutos, mas era o que as famílias tinham”, disse.
Cassiane disse que houveram algumas conversas, tanto com o prefeito Chico Gamba, com o vice Robson Quintino e também tentaram entrar em contato com o secretário de saúde Marcelo de Alécio, mas ele não está na cidade.
“Eles nos aram que iriam verificar, mas nunca chegou para a gente, olha, cortou. Cortou devido à falta de dinheiro ou algo assim, nenhuma declaração formal até a gente não chegou”, acrescentou.
Isabel Ferro mãe de criança com autismo também expos a sua preocupação com a suspensão dos atendimentos.
“Muitas vezes teve falas de profissionais que pediram para dar alta para esses autistas, né? A alta da fono, mas o autista não é assim, três meses, quatro meses para poder ter alta com a fonoaudióloga, porque é um processo demorado, lento, né? E tem a regressão, ele pode estar falando aqui hoje, amanhã, ele esquece tudo”, disse.
Juliana Ferreira revelou que a situação é desesperadora. “É desesperador porque eu, como mãe, consegui levar meu filho apenas quatro vezes para o atendimento com a fono. Ela é maravilhosa! É pouco o tempo que a gente tem com ela, de meia hora, mas é muito, teria sido uma grande vitória para a gente, essa conquista da fono aqui, porque eu levo meu filho para fora para fazer tratamento, porque aqui em Alta Floresta não tem um tratamento para ele”, desabafou.
A clínica que realizava o atendimento as crianças, emitiu nota de esclarecimento, informando que diante dos fatos ocorridos neste último mês de ABRIL/2025, a prefeitura de Alta Floresta havia cortado os atendimentos fonoaudiológicos de todos os pacientes, sem ao devido comunicado entre os prestadores de serviço e muito menos com as famílias dos pacientes.
“Estamos na última semana do mês de abril de 2025, e hoje de forma muito rasa e sem muitas informações nos comunicaram sobre a volta dos atendimentos, portanto iremos continuar com o nosso trabalho de forma ética e profissional como sempre foi nos últimos meses, porém, não nos foi informado sobre: Quantidade de sessões liberadas e nem sobre se todos retomaram os atendimentos, ou seja, quantidade de atendimentos por pessoa”, diz a empresa.
A nota emitida pela empresa acrescenta que os custos são gerados e arcados totalmente pela empresa para esta prestação de serviço, desde o profissional até o espaço onde estão sendo as terapias. “Portanto não conseguiremos mante vagas a disponibilidade da prefeitura como foi feito neste mês, sem ter o fluxo de atendimento que foi fornecido, então, serão chamados e ordenados da forma com que a regulação autorizar e os outros horários não preenchidos serão disponibilizados para atendimentos de outras vias: Convênios e particulares”.
A empresa finaliza dizendo que coloca a disposição para maiores esclarecimentos.
“Gostaria da compreensão de todos visto que estamos na mesma posição que vocês pacientes, diante das decisões da regulação da saúde e prefeitura. Qualquer dúvida sobre a lista que será liberada pela regulação procurar o CEM”, finaliza a nota.
*com informações de Daiane Carvalho – TV Nativa